MUITOS RIEM DOS PEIDOS COMO SE FOSSEM COISA ABJETA
Ah, pobres tolos cheios de pudores…
O peido — e não a morte — é o que de fato nos faz iguais
Há mortes e mortes, algumas até belas e cheias de glamour
Mortes que inspiram, mudam e impulsionam a vida
A morte de um bilionário comunga raramente com a de um relés mortal
Muitos podem até dizer: — Ah, mas vamos todos para a mesma terra!
Será mesmo?
Do pó viemos ao pó voltaremos, mas você faz ideia de quanto custa uma cremação?
Mas o peido, esse, sim, é um símbolo de democracia
Não importa o seu dono, se anônimo ou figura pública
Jovem ou velho, rico ou pobre, com ou sem prêmios
Não importa a quantidade de seguidores e o número de visualizações
Ou o nível de idolatria em torno daquela bunzanfa
Peidos tendem a ser fétidos, independentemente da beleza do cú
Ah, desculpe, você acha isso uma ofensa?
Ora, pedradas devido a duas letras? Cú!
Sucumba à desigualdade da morte e deixe-me em paz!
Todos peidam, lembre-se disso!
Seu ídolo do k-pop e a rainha do pop
O presidente da Rússia e o da Ucrânia
Os sofridos de Gaza e os disparadores de mísseis israelenses
Quem é de direita e quem é de esquerda
Uns de felicidade, outros de medo
O peido, minha amiga e meu amigo, é o fedor do perfume de cada um de nós
A bufa que nos relembra da realidade
Não importa a origem, voltaremos a ser o que nunca deixamos de ser:
uns lixos!