Olhares de um Deus pandêmico (#ArteEmContos)

Henggo
2 min readJan 14, 2021

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“INFITO. TEMPO PRECISO. AGORA

Quantos ainda me ouvem?

Quantos fingem me escutar?

Quantos escutam, mas ignoram?

Quantos deturpam o que ouvem?

Quantos me moldam em moldes obscuros?

Minhas palavras se fundiram à poeira do esquecimento

Meu amor foi limitado à livros não lidos

Meu eu foi reduzido às bocas de minorias de opressão

Minhas tentativas sucumbiram nos oceanos de ignorância

Agora, sou usado para justificar males

Sou chamado para cadeiras de poder

Sou tido como arma, lei, vontade, corrente

Mas quem ouve o inaudível?

Quantos não moldaram cidades em tijolos de amor ao próximo?

E quantos, em meio à doença, esqueceram-se desses alicerces?

E agora olham para o alto e choram em busca de mim

O que farei? O que posso fazer?

Qual mão estender a quem só lembra de minhas mãos quando o erro impõe suas lições?

Culpam a mim e esquecem dos seus

Moldam diabos e demônios para mascararem os verdadeiros infernos

Ignoram as realidades e reclamam quando os pesadelos ocorrem

E eu sou o culpado?

Eu envio doenças para puní-los por causa daqueles que vocês tomam como pecadores?

Os dedos que apontam pecados alheios reconhecem os próprios pecados?

Em um mundo incapaz de harmonia, a pior doença é o egoísmo

Futuros pandêmicos se avizinham

Mas quem nega o simples entenderá o óbvio?

De longe, os observo

De longe, torço por vocês

De longe, protejo-me de suas ganâncias

E, de longe, moldo novos mundos que corrijam meu erro

Que o Universo nos proteja.”

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Henggo
Henggo

Written by Henggo

Escritor, Revisor & Ghostwriter. Coleciona trilhas sonoras e nome estranhos de pessoas enquanto espera a chegada dos ETs. Saiba mais em linktr.ee/Henggo

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