SEGURE MINHA MÃO, POR FAVOR
Estou cansado e faminto por fé
Engolfado em mazelas desse mundo corrido
Já não acredito mais em Ti
Mas quero…
E não posso…
Tu me pareces distante
Sonho abstrato fora de alcance
Luz brilhante que não cura
Pai que não fala…
Estás nos templos? Não o vejo.
Estás no ceu? Não o ouço.
Estás em mim? Não o sinto.
E tento e rezo e choro…
Por que não surge, grande Rei?
Onde estás Tu na fome de teus filhos?
Nas feridas abertas?
Nas guerras dos homens?
Na queda dos anjos?
És cego, surdo, mudo e louco?
Ou o livre arbítrio te fez insensível?
Dos teus defensores eu era o maior
Mas agora não mais…
Meus terços estão quebrados
Teus livros estão queimados
Meus joelhos, esfolados
Sinceramente, cansei-me de Ti…
E ao invés de olhar para o ceu
Decidi mudar de lado
Decidi pisar firme no chão
Decidi ouvir a mim mesmo
Decidi confiar mais em mim
Decidi, finalmente, me amar…
.
.
.
Oh, veja só…
Eu Te encontrei!