Top 10 Petiscos para Devorar Enquanto Você Devora um Livro
Leituras e sabores: os 10 melhores petiscos para acompanhar suas aventuras literárias.
CARO LEITOR, CARA LEITORA, VOCÊ JÁ SE FLAGROU COM TAL IMERSÃO EM UM LIVRO QUE ESQUECEU DE COMER, BEBER E TALVEZ ATÉ DE RESPIRAR? Tenhamos sensatez: quem nunca passou por isso, ou não teve a chance de ter um bom livro nas mãos, ou tem um parafuso a menos (#brincadeira #semOfensas). Mas, sério: a leitura pode nos transportar para mundos mágicos, fazer com que vivamos mil vidas e, claro, nos deixar com uma fome de leão - física e mental. Por isso, nós, amantes dos livros, precisamos ter um cuidado redobrado: ler é tão viciante que podemos, teoricamente, morrer de fome enquanto desvendamos o próximo capítulo do nosso novo livro favorito. #tenso
Porém, não precisa se preocupar! Eu, o Chapolin Col... cof, cof... Perdão, me empolguei. O fato é que estou aqui para garantir que isso não aconteça com você. Diante da minha própria experiência, apresento este "Top 10" que não só manterá você vivo como também tornará sua experiência de leitura ainda mais prazerosa.
Um adendo: se você sujar o seu livro ou o seu tablet/Kindle por causa de alguma dessas sugestões, não me culpe. Para ser doido! Para ser doida! E tenha bom senso.
10. Chá e Biscoitos do King: meus amigos sempre disseram que eu tenho "alma de velho". Um dos motivos é minha devoção por chás e biscoitinhos amanteigados. Se for aquelas bolachas folhadas, então, até levanto o dedinho para ficar mais chique. O chá acalma a mente, enquanto os biscoitos alimentam o pensamento, ainda mais quando você está diante de um livro mais tenso. Chás e bolachas folhadas me acompanharam durante a leitura da antologia Tripulação de esqueletos do Stephen King. Foi uma experiência diferenciada;
9. Sorvete e Confetes Invisíveis: cuidado para não sujar o livro, por favor! Sorvete é interessante porque, mesmo derretido, mantém o clima literário aceso. A não ser que você invente de ficar com tanta agonia em determinada parte do livro que comece a dar colheradas cada vez maiores. Se não tiver sorvete, tudo certo. Aqueles confetes que se coloca por cima já cumprem a mesma função. Utilizei este método lendo As Vantagens de Ser Invisível do Stephen Chbosky e só posso dar uma recomendação: em caso de problemas intestinais, sugiro ler já sentada(o) no vaso sanitário – mas sem o sorvete, é claro. Tenhamos higiene;
8. Monstruosos Sanduíches (vivos!) em Miniatura: pequenos sanduíches para grandes histórias! Era outubro, chovia como se São Pedro chorasse pelos quilos que eu engordaria. Um adolescente fazia movimentos ritmados para cima e para baixo com a mão, frenético, imerso no prazer. De repente, terminou, gemeu e a última gota do líquido escorreu entre seus dedos. Olhou para a sua façanha e, tal qual Victor Frankstein, gritou: — Está vivo! Diante dele, uma mini montanha de sanduíches dos mais diversos sabores e molhos o desafiava à escalada. O garoto se muniu de uma jarra de suco, uma poltrona reclinável, um banquinho para apoiar a bandeja e um tijolo de quase 800 páginas, o box Clássicos do Terror: Frankenstein, O Médico e o Monstro & Drácula - Mary Shelley, Robert Louis Stevenson e Bram Stoker. Suou, quase morreu durante o processo, mas conseguiu comer (e ler) tudo. Sanduíches em miniatura: fáceis de comer e não requerem desviar os olhos da página. São alguns quilos a mais de gordura e também de conhecimento - sendo o que a primeira você pode perder, enquanto o segundo resiste até aos maiores incêndios de ignorância;
7. Nozes e Castanhas Narnianas: um perigo, um perigo! Primeiro porque este é um hábito que, se cultivado, pode te levar à falência (você já viu o preço do quilo da castanha do Pará?). Segundo, devido ao maldito (maldito!) Croc, Croc. Sabe aquele pequeno prazer de ficar "mastigando uma coisinha"? Dar uma de hamster e ficar "roendo uma besteirinha"? Nozes e castanhas farão isso com você. Na época em que viajei pelos sete livros de As Crônicas de Nárnia do C. S. Lewis eu só faltei entrar em uma gaiola para correr dentro de uma roda. Use com moderação;
6. Bolachas de Manteiga Elkemaravilhianas: perfeitas para acompanhar biografias e livros de autoajuda, essas bolachas derretem na boca e na mente. Hum! Tá, chega de propaganda. Corta! Lembra que no item 10 eu mencionei ter "alma de velho"? E que há vários hábitos que provam isso? Então... Eu adoro aquelas latas com bolachinhas amanteigadas. Não, não essas de hoje em dia, feitas a toque de caixa. Eu falo da finesse das antigas latas decoradas, as bolachinhas separadas com papel de seda, uma leve camada de açúcar de confeiteiro, dispostas uma ao lado da outra em um quebra-cabeça delicado, ai, aí (ponha aqui uma música suave e suspire... Aaaaaah). Recentemente, eu li Elke: Mulher Maravilha, biografia escrita pelo Chico Felitti, e usei uma dessas latas. Vou te dizer: foi uma sensação aconchegante, emocionante e adocicada. Aaaaaaaah...;
5. Frutas Frescas Que Não Devem Ser Nomeadas: se teve um livro que me ensinou a ter o prazer da leitura foi Harry Potter. Não posso negar esse vínculo emocional. Tenho lembranças nítidas de ter 11 anos e estar sentado à mesa com uma tigela cheia de frutas cortadas enquanto lia A Pedra Filosofal, à época recém-lançado no Brasil e ainda desconhecido. De lá até último livro da série, a prática de comer frutas frescas se mesclou ao universo Potteriano. Tanto é que, ao longo da vida, reli Harry Potter mais duas vezes e em algum momento lá estava eu com as frutas cortadas ao meu lado. Boas lembranças e um hábito saudável, pelo menos;
4. Precisamos Falar Sobre Queijo e Suco de uva: ok, ok, o clássico da fineza seria queijos e vinhos e blé-blê-bleu. Só que há anos eu não bebo mais nada alcoólico. Talvez fizesse sentido lá entre os 13 e os 16 anos (#SQN), mas hoje, aos 35, não me apetece. Por isso, um bom suco de uva faz o mesmo efeito. Ora, não me faça essa cara! Faz sim. E ouso dizer mais: há sucos de uva muito melhores que esses vinhos blé-blé-blé, blé-blê-bleu. Junte a uma boa fatia de queijo, deixe um ambiente agradável, acenda umas velas, espalhe pétalas de rosas e faça seu encontro romântico com aquele livro maravilhoso. Só sucesso! Sou casado com Precisamos falar sobre o Kevin da Lionel Shriver por causa disso. Só me faça um favor: arranje uma faca e um queijo decentes. Se você tiver que parar toda hora para cortar o queijo, esmurrando a faca como se fosse uma britadeira contra um pedaço de concreto, o clima vai desabar rapidinho #ExperiênciaPrópria ;
3. Batatas Fritas Crocantes e Vorazes: há uma controvérsia quanto ao posicionamento deste item aqui, no pódio, Top 3. Porém, quando penso em questões práticas, tamanho, posicionamento da tijela, trabalho de produção, custo e o índice CSL (Chance de Sujar o Livro), as batatinhas ficam mesmo nessa posição. Claro que não falo aqui daquelas batatas palito cujo saco fica tão engordurado que fica praticamente transparente, né? As batatinhas chips, eu digo, são a tecnologia (quase) perfeita para o público leitor. Crocantes (lembra do Croc, Croc?), práticas, viciantes, se você souber dosar a quantidade (recomendo duas a três batatinhas a cada página) e aprender a degustar com parcimônia, será sucesso. Não gostei muito de Jogos Vorazes, série da Suzanne Collins, mas a experiência de leitura foi infectada por causa das batatinhas. Agora mesmo, enquanto escrevo este tópico, estou com a boca cheia d'água só de lembrar - das batatas, não do livro;
2. Chocolates Milagrosos Reinantes Perdidos: Gramado, RS. Fábrica de chocolates. Meu aniversário de 15 anos. Ganhei um saco de 1kg de bolinhas de chocolate. Corta a cena e estou no hotel com o meu saco cheio (desculpe a piada), lendo Reinações de Narizinho, do Monteiro Lobato, devorando livro e chocolate. Inesquecível. O legal de usar chocolate na experiência literária é que você pode colocar um pedacinho na boca e deixar que ele derreta suavemente, inundando suas papilas gustativas com o sabor do cacau, causando aquela sensação de torpor... Aaaaaaaah. Óbvio que para isso você precisa ter paciência e autocontrole. Já aconteceu comigo de ficar tão empolgado com a leitura que num lapso eu devorei dois pacotes de M&M's amarelo em poucos capítulos. Culpa de A Filha Perdida, obra intrigante da Elena Ferrante, e de À Espera de um Milagre, clássico do Stephen King. Portanto, vá com calma;
1. A Eterna Pipoca com Especiarias Literárias: sabe aquela reviravolta na trama que te deixa de boca aberta? Aproveite e jogue um punhado de pipoca pra dentro! Chegamos ao topo do pódio, o meu crème de la crème da leitura, o tesouro aflorado em uma panela, as florzinhas desabrochadas em óleo, a nuvem salgada do Croc, Croc, o algodão feito em fritura, a... Ah, você entendeu! Eu amo pipoca. Simplesmente. O mitológico Prometeu roubou o fogo dos deuses para fazer pipoca. Nós confins da eternidade, quando a superinteligência artificial D.E.U.S ordenou "Faça-se a luz!", estourou uma pipoca. Sim, grandes momentos pipoquísticos da humanidade. Algumas pessoas se irritam comigo porque sou do time que só come uma pipoca por vezes, delicadamente, deixando a massa felpuda dissolver e escorrer o sabor salgado ao invés de pegar logo um monte e encher a boca feito um desesperado. Bom, cada um com seu jeitinho. O importante é que a pipoca me acompanhou, acompanha e acompanhará. É um fato. Da imensidão do Tolkien à serenidade de Lygia Fagundes Telles, dos horrores do King à brasilidade de Machado de Assis; da melancolia existencialista de Antoine de Saint-Exupéry às previsões certeiras de Isaac Asimov, a pipoca é uma constante. Barata, fácil de preparar, rende boa quantidade, pode ser doce ou salgada, faz Croc, Croc, baixíssimo CSL, suja pouco, como não amar? Até a de microondas (que, confesso, eu abomino) está valendo. Cada mergulho é um flash, cada estouro é uma surpresa, cada página é uma redescoberta. Pipoque-se!
E aí, qual é o seu petisco favorito para a hora da leitura? Aceito receitas. ;-)